Processamento de Endoscópios Flexíveis a Jornada de um Endoscópio Sujo

A endoscopia é um procedimento para examinar visualmente o interior do corpo usando um endoscópio. O duodenoscópio é um exemplo de endoscópio flexível utilizado em procedimentos de colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE) e tem recebido atenção nos últimos anos devido às infecções associadas ao processamento inadequado.1

Duodenoscópios são instrumentos complexos que contêm peças de trabalho intrincadas e, se não forem completamente limpos e desinfetados, o tecido ou fluido de um paciente pode permanecer quando for usado em um paciente subsequente.1

Sete Etapas Críticas para o Processamento de Endoscópios Flexíveis

O Center for Disease Control (CDC) recomenda sete etapas críticas de processamento para garantir que os endoscópios sejam seguros para uso pelo paciente. A tabela abaixo é um resumo das diretrizes do CDC:2

Etapas   O que é? Por que é importante?
1 Pré-Limpeza Limpeza frequentemente realizada na sala de exame, imediatamente após o procedimento2 Ajuda a prevenir a formação de biofilme no instrumento2
2 Teste de Estanqueidade Teste para detectar danos aos canais externos e internos do endoscópio2 Um vazamento pode levar à desinfecção inadequada e mais danos ao endoscópio2
3 Limpeza Manual Limpeza manual, incluindo escovação e lavagem dos canais e portas, consistente com as Instruções de Uso (IFU) do fabricante2 A etapa mais crítica no processo de desinfecção, uma vez que o material orgânico restante pode reduzir a eficácia da desinfecção de alto nível (HLD) e esterilização2
4 Inspeção Visual Inspecionar visualmente o endoscópio e seus acessórios2 A inspeção visual fornece garantia adicional de que o endoscópio e seus acessórios foram completamente limpos e estão livres de quaisquer defeitos visíveis2
5 Desinfecção ou Esterilização Executar a desinfecção de alto nível ou esterilização de acordo com as IFUs2 do fabricante Siga as instruções do fabricante e as IFUs para ajudar a garantir uma desinfecção eficaz2
6 Armazenagem Armazenar adequadamente o endoscópio e seus acessórios2 Armazenar os endoscópios e seus acessórios de forma a evitar a recontaminação, proteger o instrumento de danos e promover a secagem2
7 Documentação Manter a documentação dessas etapas cada vez que um endoscópio for processado2 A documentação é necessária para fins de garantia de qualidade e para rastreabilidade do paciente, se necessário2
STEPS   What is it?/ Why Is It Important?
1 Pre-Cleaning
What is it?
Cleaning often performed in the examination room immediately following the procedure2
Why Is It Important?
Helps prevent the formation of biofilm on the instrument2
2 Leak-Test
What is it?
Test to detect damage to the external and internal channels of the scope2
Why Is It Important?
A leak can lead to inadequate disinfection and further damage of the endoscope2
3 Manual Cleaning
What is it?
Manual cleaning including brushing and flushing channels and ports consistent with the manufacturer’s instructions for use (IFU)2
Why Is It Important?
The most critical step in the disinfection process since remaining organic material can reduce the effectiveness of high-level disinfection (HLD) and sterilization2
4 Visual Inspection
What is it?
Visually inspect the endoscope and its accessories2
Why Is It Important?
Visual inspection provides additional assurance that the endoscope and its accessories have been throughly cleaned and are free of any visible defects2
5 Disinfection or Sterilization
What is it?
Perform high-level disinfection or sterilization in accordance with the manufacturer’s IFU2
Why Is It Important?
Follow manufacturer’s instructions and IFU to help ensure effective disinfection2
6 Storage
What is it?
Properly store endoscope and its accessories2
Why Is It Important?
Store endoscopes and its accessories in a way that prevents recontamination, protects the instrument from damage and promotes drying2
7 Documentation
What is it?
Maintain documentation of these steps each time an endoscope is reprocessed2
Why Is It Important?
Documentation is necessary for quality assurance purposes and for patient tracing if necessary2

Desinfecção e Esterilização - Qual é a Diferença?

A desinfecção e esterilização são essenciais para garantir que os instrumentos médicos e cirúrgicos não transmitam patógenos infecciosos aos pacientes.3

A esterilização é um processo que destrói ou elimina todas as formas de vida microbiana.

A desinfecção é um processo físico ou químico que destrói a maioria dos microrganismos patogênicos de objetos inanimados e superfícies, com exceção de esporos bacterianos.

Existem três níveis de desinfecção:4

  • Desinfecção de alto nível - processo físico ou químico que destrói todos os microrganismos de artigos semicríticos, exceto um número elevado de esporos bacterianos
  • Desinfecção de nível intermediário - processo físico ou químico que destrói microrganismos patogênicos, micobactérias, maioria dos vírus e fungos, de objetos inanimados e superfícies
  • Desinfecção de baixo nível - um processo que pode matar a maioria das bactérias (exceto micobactérias ou esporos bacterianos), a maioria dos vírus (exceto alguns vírus não lipídicos) e alguns fungos

Ilustração de vida microbiana pós-processamento

Esterilização

Desinfecção de Alto Nível

Desinfecção de Baixo Nível

Esterilização

Desinfecção de Alto Nível

Desinfecção de Baixo Nível

Como Determinar a Modalidade de Processamento dos Endoscópios

Determinar a modalidade de processamento apropriada exigirá um entendimento da Classificação de Spaulding da instrumentação. A Classificação Spaulding define os níveis mínimos de desinfecção ou esterilização, que devem ser usados de acordo com o risco de infecção associado a um dispositivo médico.5

Crítico

Alto Risco de Infecção

O instrumento entra no tecido estéril ou no sistema vascular

Nível de Processamento Necessário:
Esterilização

Esterilização
Instrumentos cirúrgicos e sondas de ultrassom usados na cavidade corporal estéril

Alto Risco de Infecção

O instrumento entra no tecido estéril ou no sistema vascular

Nível de Processamento Necessário:
Esterilização

Esterilização
Instrumentos cirúrgicos e sondas de ultrassom usados na cavidade corporal estéril

Semicrítico

Risco de Infecção

Risco Semicrítico de Infecção por Instrumentos de contato com membranas mucosas ou pele não intacta

Nível de Processamento Necessário:
Desinfecção de Alto Nível

Exemplo
Lâminas de laringoscópio e alguns endoscópios usados em procedimentos Gl

Risco de Infecção

Risco Semicrítico de Infecção por Instrumentos de contato com membranas mucosas ou pele não intacta

Nível de Processamento Necessário:
Desinfecção de Alto Nível

Exemplo
Lâminas de laringoscópio e alguns endoscópios usados em procedimentos Gl

Não Crítico

Risco Mais Baixo de Infecção

O instrumento entra em contato com a pele, mas não com as membranas mucosas

Nível de Processamento Necessário:
Desinfecção de Nível Intermediário/Baixo

Exemplo
Comadres ou mnaguitos de pressão arterial

Risco Mais Baixo de Infecção

O instrumento entra em contato com a pele, mas não com as membranas mucosas

Nível de Processamento Necessário:
Desinfecção de Nível Intermediário/Baixo

Exemplo
Comadres ou mnaguitos de pressão arterial

Soluções ASP

Desinfecção de Alto Nível

As Instituições de Desinfecção de Alto Nível que usam Soluções da ASP têm várias opções para desinfecção de alto nível de endoscópios flexíveis com biocida; imersão manual ou processamento automatizado usando um sistema de processamento automático de endoscópio (AER). Todos os sistemas AER automatizam a desinfecção de alto nível, mas alguns sistemas têm recursos adicionais, como limpeza automatizada e teste automatizado de vazamento. Além disso, o monitoramento de biocidas é um aspecto importante no processamento de desinfecção de alto nível. ANSI AAMI ST91: 2015 Flexible and semi-rigid endoscope reprocessing in health care facility recomenda o monitoramento da Concentração Mínima Recomendada (MRC) do biocida a cada ciclo; o teste MRC é normalmente realizado com uma fita reagente manual.6

 

Esterilização

De acordo com o pesquisador WA Rutala, PhD, MPH, CIC, "quase todas as infecções e exposições de pacientes associadas ao processamento de instrumentos médicos ou cirúrgicos envolvem desinfecção de alto nível (HLD) de itens semicríticos reutilizáveis", enquanto "itens críticos raramente, ou nunca, estão associados à transmissão de doenças."8 O Sistema STERRAD® é um sistema de esterilização por plasma de gás peróxido de hidrogênio de baixa temperatura, uma solução popular para instituições que buscam esterilizar endoscópios flexíveis.

A tecnologia patenteada no Sistema STERRAD NX® e Sistema STERRAD® 100NX fornece uma carga concentrada de esterilizante de peróxido de hidrogênio através de lúmens longos e estreitos, para esterilizar endoscópios flexíveis. Existem centenas de endoscópios flexíveis de principais fabricantes, como Olympus, KARL STORZ e PENTAX, que foram validados nos Sistemas STERRAD®. Confira o Guia de Esterilidade STERRAD® para obter uma lista atualizada.

Se desejar uma consulta com um especialista da ASP para ajudar a determinar quais endoscópios flexíveis semicríticos foram validados nos Sistemas STERRAD®, fale conosco hoje.

Referências

  1. U.S. Food & Drug Administration (FDA). Infections Associated with Reprocessed Duodenoscopes. Disponível: https://www.fda.gov/medical devices/reprocessing-reusable-medical-devices/infections-associated-reprocessed-duodenoscopes Accessed August 4, 2020.

  2. Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Essential Elements of a Reprocessing Program for Flexible Endoscopes - Recommendations of the Healthcare Infection Control Practices Advisory Committee. Last updated: June 28, 2017.

  3. Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Introduction, Methods, Definition of Terms -Guideline for Disinfection and Sterilization in Healthcare Facilities (2008) https://www.cdc.gov/infectioncontrol/guidelines/disinfection/introduction.html. Accessed August 4, 2020.

  4. Lichtenstein D, Alfa MJ. Cleaning and Disinfecting Gastrointestinal Endoscopy Equipment. Clinical Gastrointestinal Endoscopy 2019: 32-50.e5.

  5. Centers for Disease Control and Prevention (CDC). A Rational Approach to Disinfection and Sterilization - Guideline for Disinfection and Sterilization in Healthcare Facilities (2008). https://www.cdc.gov/infectioncontrol/guidelines/disinfection/rational-approach.html. Accessed August 4, 2020.

  6. Association for the Advancement of Medical Instrumentation (2015). ANSI/AAMI ST91:2015. Flexible and semi-rigid endoscope processing in health care facilities. Arlington, VA.

  7. Ofstead CL, Hopkins KM, Buro BL, Eiland JE, Wetzler HP. Challenges in Achieving Effective High-Level Disinfection in Endoscope Reprocessing. Am J Infect Control 2019: 10.1016.

  8. Rutala WA, Weber DJ. Reprocessing semicritical ítems: Current issues of new technologies. Am J Infect Control 2016: 44 e53-62.

CR 000224-220104-011